Advogado
Assessor Jurídico de Movimentos Sociais

Nascido em Nipoã, interior de São Paulo e descendente de espanhóis, Manoel Del Rio é advogado e pai de duas filhas. Trabalhou na lavoura até os 15 anos de idade, migrando, em 1963, para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em fábricas. Reiniciou os estudos em 1968, e no ano de 1972 ingressou na faculdade de letras na Universidade de São Paulo (USP), começando, em seguida, a trabalhar com educação popular nas comunidades eclesiais.

Atualmente, é assessor jurídico da Frente de Luta por Moradia (FLM), coordenando a equipe de profissionais e educadores que gerenciam equipamentos de atendimento a pessoas (adultos, crianças e adolescentes) em situação de rua. Esteve à frente do desenvolvimento do programa de formação dos educadores da entidade e, ainda hoje, é responsável pela implementação de palestras e cursos sobre Direitos Fundamentais, Direito Constitucional à Moradia, Noções Básicas de Direito, Função Social da Propriedade e Direitos Sociais.

Começou a militância nos grupos de jovens da igreja São Felipe Néri, no parque São Lucas, em São Paulo, sendo o início de suas atividades no dia 14 de dezembro de 1968, em um processo realizado pelo grupo de jovens contra o Ato Institucional nº 5 (AI-5), baixado pela Ditadura Militar no dia anterior. Daí em diante, esteve sempre presente nas lutas populares, trabalhando em defesa da organização autônoma dos trabalhadores e da luta por seus direitos.

Na década de 1970, coordenou cursos profissionalizantes e de alfabetização nas comunidades da região leste. Em 1972, com outros colegas universitários, implementou cursos supletivos ginasiais para trabalhadores em diversos bairros —atividades que contaram com o apoio da pastoral social da Igreja Católica, expandindo-se, assim, pela zona leste. Essa rede de iniciativas fez ligação com cursos profissionalizantes, preparando dezenas de militantes para se organizarem nas fábricas e sindicatos.

Entre 1975 e 1977, participou da comunidade de A. E. Carvalho, na região leste, organizando o curso supletivo ginasial para trabalhadores, participando também da experiência de compras comunitárias: reuniram-se dezenas de famílias, faziam uma lista de necessidades e compravam no atacado para baratear os preços. Nessa atividade, conheceu Santos Dias e a comunidade participou, em 1976, do movimento contra carestia.

Com o ressurgimento das lutas sindicais em 1978, apoiou as greves e passou a trabalhar como assessor da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo. No ano seguinte, participou de seu 1º congresso e integrou-se a um grupo de educadores, que apoiavam as oposições sindicais e os sindicatos combativos. Nesse caminho, uniu-se à oposição sindical dos trabalhadores químicos, têxteis, marceneiros, gráficos, do setor de brinquedos, bebidas, plásticos etc.

Ainda em 1979, fundou com outros companheiros a Associação dos Trabalhadores da Região da Mooca (ATRM), espaço essencial de organização dos trabalhadores da região, atuando pelo fortalecimento da articulação e pela troca de experiências das associações de trabalhadores de outras regiões, como: zona sul, Ipiranga, Tatuapé, Itaquera, além das zonas norte e oeste.

Entre 1979 e 1982, tempos de censura e isolamento das lutas populares e sindicais, participou e ajudou a estruturar o Núcleo de Correspondência, em que catalogavam endereços de lideranças, associações, sindicatos e periodicamente remetia boletins das lutas populares para centenas de destinos espalhados pelo Brasil.

SEMPRE EM DEFESA DOS DIREITOS SOCIAIS!

No início dos anos 80, foi editor da Sociedade Cultural Jornalivro, publicando 12 edições de livros em formato de jornal tabloide. Entre eles, Nicarágua livre: o primeiro passo, de Frei Betto; A Mãe, de Máximo Gorki; Fontamara, de Ignácio Silone; O Americano, de Howard Faat; O socialismo e o homem novo, de Che Guevara; Se me deixam falar, entrevista de Moema Viezzer, com Domitila Barros de Chungara, companheira de um trabalhador mineiro boliviano.

Em 1982, assuniu funções na secretaria da Articulação Nacional de Movimentos Populares e Sindicais (ANAMPOS) sob a coordenação do ex-presidente Lula, além de Olívio Dutra, Avelino Ganzer, Novaes e Jacó Bittar. Nessa secretaria, trabalhou intensamente na preparação do congresso de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Após o congresso, colaborou até 1985 na estruturação da CUT Nacional. A partir daquele ano, passou a apoiar a organização da CUT Zonal da Mooca. Trabalhou como assessor em diferentes períodos, no Sindicato dos Trabalhadores das Bebidas, dos Vidreiros e do Comércio de Mineiros e Derivados de Petróleo de São Paulo, em que, além de suas atribuições, escrevia para os boletins “Saca-Rolha”, “O Soprador” e “Petroluta”, respectivamente.

Ainda em 1982, com outros educadores, fundou o 13 de Maio — Núcleo de Educação Popular (NEP) e o coordenou a produção do audiovisual “A história do movimento operário e sindical no Brasil”. Também apoiou as produções do filme “Santo e Jesus: metalúrgicos” e do curta-metragem “CUT pela base”, tendo também organizado uma biblioteca para dar suporte aos cursos de formação.

A partir de 1988, dedicou-se à organização do movimento de moradia na regisão leste, porém antes, entre 1975 e 1977, já havia apoiado a luta pela regularização de terrenos clandestino — um movimento que surgiu devido à grilagem de terras e à venda de lotes na periferia, sem documentos legais. E, para regularizar sua situação, o trabalhador precisava pagar de novo ou perderia a terra. Foi uma grande luta.

Também colaborou com a constituição da Unificação das Lutas de Cortiços (ULC), contrinuindo também nas edições do boletim “Bate-Forte” da ATRM, na confecção dos cadernos “Salário e Moradia: a luta é uma só” e “A Luta dos Quintais e Cortiços da Região da Mooca”.

Em 1992, organizou a campanha contra a fome e o desemprego em algumas comunidades da região leste, culminando com a conquista do programa de distribuição de leite para as famílias pobres de São Paulo, cedido pelo Governo do Estado. Na pauta de reivindicação, também estavam os programas de renda mínima e o de restaurantes populares. Essas ações aglutinaram dezenas de agentes sociais e lideranças do movimento de moradia. Com esse grupo, junto de outros companheiros, estruturou a Associação de Auxílio Mútuo da Região Leste (APOIO) — em que o trabalho em prol dos sem-teto foi intensificado, especialmente moradores de cortiços. Nessa instituição, formatou-se também um programa de ação da entitade intitulado “Plano Integrado de Desenvolvimento Social”. Em 1996, a APOIO priorizou a organização dos moradores dos cortiços nos bairros centrais, como Mooca, Belém, Brás, Barra Funda, Bom Retiro, Sé, Glicério, Bela Vista, Santa Cecília e Vila Formosa. Passou então a defender o atendimento de famílias de baixa renda em projetos habitacionais nas áreas centrais da cidade.

TUDO COMEÇA COM UMA LUTA!

Na presidência da APOIO, Manoel Del Rio foi editor do livro A fome em São Paulo; produziu textos de subsídios para reflexão dos sem-teto, entre eles Por uma Reforma Urbana Habitacional e A luta por moradia: do pântano nasce a flor — texto base da tese da  FLM, sobre o direito à cidade. Além disso, atua ativamente como colaborador dos boletins da FLM. Ainda na Associação, cooperou com o projeto de defesa de políticas públicas habitacionais para famílias de menor renda, bem como do programa de atendimento a pessoas em situação de rua.

Em 2016, lançou o livro “No meio do redemoinho: a luta é sempre”. No ano seguinte, recebeu o título de Cidadão Paulistano, tendo seu trabalho de organização popular e combate à pobreza reconhecido por vereadores, amigos/as, lideranças religiosas, dirigentes de sindicatos, organizações sociais e lideranças populares de toda a cidade.

Em 2018, durante 30 dias, assumiu o madato de vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), período que apresentou oito projetos de lei (PLs) para superação de problemas de moradia, educação, saúde, infraestrutura, juventude e direto à alimentação. Em dezembro do mesmo ano, celebrou 50 anos de militância, sendo homenageado por amigos/as, familiares e companheiros/as, que relembraram a trajetória e os caminhos percorridos.

Em 2019, colaboropu com o lançamento da cartilha “Construir a unidade nacional da luta por moradia”, um texto que resgata princípios e valores para as organizações de luta por justiça e acesso a direitos com o objetivo de capacitar lideranças na formação de grupos com práticas organizativas bem elaboradas, sempre incentivando a disciplina e a unidade. Em 2020, revisitou textos, publicações e experiências percorridas para a produção do seu mais recente livro “Tudo Começa com uma Luta”.

Em 2020, revisitou textos, publicações e experiências percorridas para a produção do seu mais recente livro “Tudo começa com uma Luta”.

E, neste ano de 2023, tomou posse de vereador em São Paulo. De volta à câmara municipal, pretende retomar as propostas apresentadas em 2018 e apresentar novos projetos para garantia de direitos.

Tudo começa
com uma luta!

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