CIDADE LIMPA É A QUE TEM SEU LIXO RECICLADO

A Lei Cidade Limpa representa um passo à frente no enfrentamento da poluição visual. Lamentavelmente, não toca na limpeza essencial da cidade. Essa Lei deveria valer também para esgotos. Estes, em grande quantidade, são jogados direto nos rios e canais. Estejam eles em rios abertos como os rios Pinheiros, Tietê, Tamanduateí, ou em pequenos córregos canalizados.  Todos poluídos até a “medula”. De esgotos residenciais a dejetos industriais e comerciais. Deveria se verificar como a SABESP cobra a coleta de esgoto da população, mas não faz tratamento. “Entre 2005 e 2010, registro de poluição em 65% dos 40 pontos monitorados na bacia piorou de qualidade ou não teve melhora”.

No trato dos detritos coletados, o aproveitamento do lixo, por meio da reciclagem, estagnou nos últimos 10 anos em São Paulo. Em certas situações regrediu. A cidade recicla apenas 1,5 mil toneladas da coleta diária que é de 15 mil toneladas. As cooperativas de catadores funcionam com enormes dificuldades. Não há investimentos públicos para aplicar as técnicas de recuperação dos materiais. Os trabalhadores do setor realizam suas tarefas praticamente de modo manual.

Na verdade, a visão de futuro exige do poder público a reciclagem e tratamento total do lixo, de acordo com as técnicas já desenvolvidas em várias partes do mundo. Os benefícios para a sociedade seriam imensos. Milhares de empregos criados, menos doenças disseminadas, bilhões de reais dos materiais reaproveitados e da energia gerada. Nada seria jogado embaixo do tapete.

De qualquer modo, a Lei Cidade Limpa, precisa sair dos limites da poluição visual e fazer avançar a limpeza em todos os aspectos da sujeira da cidade. Caso contrário, esta Lei carregará em seu ventre, o velho ditado popular: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”.

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