Dia 30 de agosto na Paulista: o povo travou uma boa luta

No último domingo dia 30/08/2015 fui pedalar na Paulista. Passando em frente a Caixa Econômica Federal, por volta das 10 horas, observei um grupo de pessoas que estava isolando a calçada com imenso material plástico estendido no chão. Verifiquei que era o boneco ofensivo ao Presidente Lula. Imediatamente comuniquei a direção do PT. Entendi que seria feita mobilização para se contrapor àquele ato de agressão ilegal ao Lula e ao nosso partido. Passado um tempo fui comunicado que a direção partidária não recomendava a mobilização. Por volta das 11 horas o grupo inflou o boneco, cantaram o hino nacional e dirigiam ofensas ao PT, ao Presidente Lula e à Presidente Dilma. Quando passou um companheiro que protestou contra aquele ato e foi hostilizado por um bom trecho da Paulista, não intervi porque estávamos em duas pessoas, o companheiro foi ofendido verbalmente, mas não sofreu agressão física. Entretanto, a presidenta do zonal do centro, Carmen Silva, chegou com seu povo. Homens, mulheres, crianças, alguns jovens entre eles a conselheira municipal de juventude Sirlândia. As pessoas caminharam do centro até a Paulista e chegaram de modo esparso. Decidimos, ficar por ali e aglutinar as pessoas, para não ficarem sozinhos e sofrerem agressões.

Por volta das 12h20, ouvimos um Viva o PT — um grupo de nossos companheiros estavam no meio da manifestação erguendo a bandeira de nosso partido e gritando: Partido, Partido é dos Trabalhadores.  Concentramo-nos, então, em frente à Caixa e nos opomos àquele ato ilegal. Tiramos a orientação de acuá-los e expulsá-los. Exercíamos pressão com palavras de ordem: Partido, Partido é dos Trabalhadores; O povo na rua, coxinha recua. Quem não pula é … Não vai ter golpe …. Fazíamos sinal de amor. Eles respondiam com sinal obsceno. Em outros casos eram chamados de fascistas. Fizemos eles recuarem até próximo do boneco. A ideia era esvaziar o boneco e tomar deles para entregar ao Presidente Lula e colocar no processo judicial como prova do crime calunioso. Fomos ofendidos de todas as maneiras por essas pessoas desqualificadas. Nossas guerreiras mulheres negras foram chamadas de macacas. A nossa Preta, foi chamada de preta ofensivamente. Faziam sinais de que nós éramos ladrões, corruptos. Chamavam o nosso partido de quadrilha. Diziam que nós recebíamos R$ 35,00 para estarmos ali. Outros perguntavam “cadê o sanduíche de mortadela?”. Chamavam o presidente Lula de ladrão. Procuravam nos intimidar com tentativas de agressões físicas. Não obtiveram sucesso, pois encontraram a resistência necessária de nossos militantes aguerridos. Quando perceberam que íamos expulsá-los ordenaram a polícia militar para protegê-los. A polícia obedientemente formou um cordão de proteção do boneco e deles e bloqueou nossos planos, pois não estávamos ali para brigar com a polícia. Mas intensificamos nossa ação com palavras de ordem, quando se incorporou em nosso grupo alguns transeuntes e um jovem desconhecido que coordenava os coros. Esta ação causou grande confusão nos manifestantes ilegais. Então, decidiram esvaziar o boneco e finalizar seu ato e nosso grupo se apropriou da calçada com imensa alegria. Nos diálogos travados, às vezes com desinteligência como a questão dos lanches. Quando perguntavam ironicamente: Cadê os lanches de mortadela? Receberam a resposta de que estavam no … deles. Aquelas pessoas são incapazes de perceberem que nosso povo luta por direitos e que não se vende por nada, que nossa luta é por justiça. Era visível a diferença: de um lado (o nosso) o povo trabalhador sofrido, do outro todos com características de privilegiados. Dialoguei também com um dos manifestantes que disse que não era contra nós, mas, contra a corrupção etc. Disse a ele que então tirasse dali o boneco do Lula. Que Lula não era corrupto, nada pesava sobre ele. Que nós também somos contra a corrupção e que se ele botasse ali o boneco dos corruptos eu os apoiaria. Falei isso também para o jornalista do Estadão. Disse para ele que sou assinante do jornal, mas que a linha editorial deste veículo é atrasada milenarmente, dissemina a mentira, e que a concepção de mundo deste jornal não serve para a civilização moderna. Mas, que era bom órgão de informação. Depois, disse a ele que aquilo era ilegal, calunioso ao Presidente Lula e que também era crime chamar nosso Partido de quadrilha. Uma vez que o PT é um partido legal, com 1 milhão e 700 mil filiados. Que opera uma contribuição inigualável ao Brasil e ao povo brasileiro. Dentro desta grandiosidade do partido menos de 0,1% está tendo problemas com a justiça. Apesar da estrutura político eleitoral ser viciada. Deste modo, não se pode condenar um partido quando 99,9% não pode pagar pelo erro de 0,1%. Tem que se observar que as instituições são construídas de seres humanos imperfeitos e a maioria delas possuem incongruências. Não se pode condenar as igrejas pelos erros de alguns de seus componentes. Não se pode condenar todo o Judiciário pela venda de sentenças e habeas corpus de alguns magistrados.  Não se deve acabar com a liberdade de expressão só porque muitos órgãos mentem, manipulam e escondem fatos, falseiam a verdade ou possuem profissionais deformados. Não se pode censurar uma família inteira pela má conduta de um familiar. Não podemos destruir a democracia por conta de suas imperfeições. Devemos sim superar os desafios e buscar aquilo que é bom para todas as pessoas.

Pensaram que eu não ia falar da desinteligência física do ato, enganaram-se. Primeiramente ali não queríamos confronto. Queríamos, pela pressão popular passiva, anular o ato insano, ilegal que ali ocorria. Como disse, adotamos pressioná-los com palavras de ordem e erguendo a bandeira do PT. Nesse momento, tentaram nos agredir, mas continuamos firmes e serenos. Quando na tentativa de pressioná-los, um grupo se posicionou, sem que percebêssemos, pelas nossas costas, fui empurrado com violência e quando olhei pra trás vi um senhor que me chamou de ladrão F.D.P e quis me chutar. Recuei e defendi-me. Com a ajuda da polícia tentaram me alcançar, mas as mulheres guerreiras entraram em cena e colocaram fim no conflito. Não sou adepto da violência. Acho qualquer forma de violência nojenta. Quero aqui pedir desculpas àquele senhor. Entretanto, devo reconhecer que aquela atitude foi decisiva naquele ato. A partir dali abandonaram a tentativa de nos agredir fisicamente e recuaram dentro de seu quadrado, protegidos pela polícia.

Que lição podemos tirar do episódio? Que não podemos aceitar calados as agressões injustas que estamos sofrendo. Nesse quadro ninguém será salvo. Primeiro não somos quadrilha. Somos um partido legal dos trabalhadores prestando inestimável contribuição ao desenvolvimento do Brasil, do povo brasileiro e da justiça. Segundo, Lula não é 171. Lula é uma grande liderança que entrega sua vida para construir o bem comum. Nossa Presidenta é uma mulher honesta e guerreira. E nenhuma mácula pesa contra essas duas lideranças. Se temos erros, alguns defeitos também queremos corrigi-los. Chamar nosso partido de quadrilha, atribuir malfeitos a nossos líderes, quando apesar de terem suas vidas investigadas e viradas de ponta cabeça, e mesmo assim nada pesa sobre eles, é inaceitável. Foge completamente da política e da racionalidade humana.

Precisamos reagir contra as agressões que estamos sofrendo. Não aceitarmos calados. Mostrar ao povo que nossas conquistas podem ser anuladas se o PT e nossas lideranças forem destruídas.

Não aceitar esses atos que levam a ilegalidade para as ruas. Não aceitar também as agressões dos meios de comunicação. Mostrar para o povo que a mídia predominante trabalha para os conservadores e contra os interesses sociais. Não precisamos da violência e nem de armas para nossa luta. Precisamos sim de união e atitude. E assim vamos vencer. Por que vamos vencer?  Porque estamos com a razão, lutamos contra os privilégios. E as situações que prejudicam os seres humanos.

Em resumo: Lutamos por Justiça.

Liberar as forças populares para promoverem a autodefesa de modo pacífico. A cada ação, reagir equilibradamente em defesa do direito e da justiça.

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