AS PROFUNDEZAS DO GOLPE

Avança a luta pelo Fora Temer. Governo constituído por golpistas de larga monta. Apearam Dilma e o PT do governo na mão grande. O presidente golpista Temer e os políticos em geral sofrem a fúria da população. Mas tanto o golpista Temer como sua base parlamentar são apenas a aparência do golpe.

Os golpistas abrangem todas as frações da burguesia brasileira, as corporações internacionais (imperialismo) e a tropa de choque do executivo, legislativo, judiciário, forças de segurança e a mídia predominante, composta por crápulas da pior espécie. A união dos golpistas tem objetivos claros: estabelecer política econômica e social criminosa; aniquilar os salários promovendo a matança generalizada de trabalhadores e violação aberta e planejada de direitos para integrar o setor produtivo industrial às cadeias produtivas globais.

Ocorre que a indústria (ferro velho nacional) não consegue competir no mercado global, mesmo possuindo um dos mais baixos salários do mundo. Embora a taxa de lucro brasileira seja elevada, o peso do setor parasitário, o rentismo em geral (juros, aluguéis, máquina pública, propaganda, remessa de lucros) exige que os lucros da base produtiva sejam superiores aos padrões internacionais, dificultando a concorrência com o setor produtivo global.

Frente a esse panorama capitalista, a burguesia procura salvar a si e suas propriedades e se integrar de joelhos aos imperialistas. Subserviente, entrega nossas riquezas e devasta o território nacional e ao mesmo tempo sangra os trabalhadores.

Para tanto, estão destruindo a já limitada CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e a capenga Previdência, retirando recursos da saúde e da educação. Manterão algumas migalhas de direitos sem nenhuma importância.

Essa política econômica da morte para os trabalhadores vem acompanhada por ataques ferozes às lideranças e organizações dos trabalhadores. Lideranças populares, incluindo Lula, que se cuidem. A política econômica dos golpistas não oferece nenhuma perspectiva para os trabalhadores, mesmo que a economia cresça. Pois com ela se aprofundarão a exploração e a miséria. 

A opção assumida pelos golpistas não será removida por movimentações artificiais. Por maior que sejam as manifestações contrárias aos golpistas, eles continuam delinquindo no congresso, no judiciário e na mídia predominante. Eles não se importam com a revelação da podridão do presidente Temer, do congresso, do judiciário e da própria mídia predominante. Continuam firmes ampliando a política social criminosa contra os trabalhadores. Procuram aumentar a já insuportável miséria nacional. Nivelar com os salários mais baixos de outras economias como da Índia, China, Egito, mexicanos, filipinos, vietnamitas etc. Ampliam vergonhosamente o número de desempregados. Deixam milhares de pessoas morrerem por doenças curáveis. Jogam milhões de famílias para morar no meio do esgoto, em habitações precárias.

A política econômica e social criminosa é comandada por assassinos genocidas. Não oferece nenhuma perspectiva para os trabalhadores. Se a economia voltar a crescer é para aumentar o lucro deles. Não vai melhorar em nada o sofrimento do trabalhador. A miséria tomará conta de amplo tecido social. Como afirma o escritor George Orwell, autor de “1984”: a miséria aniquila o futuro. O desespero, a fome, empurrarão muitos para a apatia e desesperança, outros para a criminalidade. E os enriquecidos disseminarão a mentira e a luta armada contra aqueles que não se aquietarem. A desumanização geral trará dias angustiantes pros trabalhadores.

Resta o trabalho incansável de construir um Projeto para os Trabalhadores. Imbuídos de valores humanos, sob o império do princípio da igualdade, solidariedade, da justiça e tendo o trabalho como referência. Trabalho no sentido humano que ele contém.

A burguesia brasileira necessita, para a brutal exploração dos trabalhadores, corromper toda máquina pública (judiciário, mídia predominante, executivo, legislativo e forças de segurança) com suas malas cheias de sangue de quem trabalha. Corrompem tudo, são delinquentes contumazes. Impõem uma concepção de mundo desprovida de qualquer migalha de humanidade. A democracia deles só serve quando eles ganham a eleição. Se perdem, por mais limitado que seja o governo popular, eles procuram destruir. Já estão ameaçando sabotar a eleição de 2018. 

Construir um Projeto para os Trabalhadores

Neste momento é necessário tirar algumas lições. Está claro que não se pode contar com nenhuma fração da burguesia para implementar reformas estruturais, mesmo capitalistas. A burguesia não assume nenhuma medida progressista, por mínima que seja. É atual a velha formulação: “A emancipação dos trabalhadores é obra deles próprios”.

As forças populares, os trabalhadores e forças progressistas precisam estruturar movimentos de massas em luta por justiça. Isolados ou em grupos coorporativos não terão salvação. Alguns desafios se apresentam:

  • As forças progressistas precisam desenvolver um programa que aponte um Projeto para os Trabalhadores, que coloque a economia a serviço do povo;
  • Realizar um conjunto de medidas para desenvolver o Brasil e incluir os trabalhadores no processo produtivo nacional;
  • Realizar as reformas estruturais como reforma agrária para produzir alimentos, gerar empregos, com amplo programa educacional de técnicas agrícolas e preservação ambiental;
  • Seguir nas reformas estruturais como a urbana, habitacional, financeira, fiscal, administrativa, eliminando os privilégios da máquina pública. Estas questões devem ser amplamente debatidas, aprofundadas e ampliadas.

No âmbito das organizações sociais é necessário enfatizar que no quadro atual não há salvação isolada ou de modo coorporativo. É preciso desenvolver ações de massa. Para tanto é necessário construir organizações de base no seio do povo: bairros, meio rural, empresas, em todos os poros da sociedade. Estruturar grupos de autodefesa para se defender na mesma proporção da agressão. Grupos de comunicação para municiar os lutadores de informações das lutas, denunciar as agressões sofridas e os contrastes a serem superados.

Essas organizações devem carregar em seu ventre a luta por justiça, igualdade e democracia, onde todos participam, todos decidam, todos executem.

É necessário colocar o sujeito histórico em cena, com suas organizações de base consistentes e avançar para tomar o destino do Brasil em suas mãos. Lutar pela democracia significa antes de tudo modificar a intolerável situação econômica e social que atinge a maioria da população brasileira. O valor da liberdade se consagra com o valor da igualdade, não havendo como divorciar os direitos de liberdade dos direitos de igualdade.

Os sindicatos, pós-reforma trabalhista, estão condenados. No tempo que lhes resta, devem trabalhar todas as questões operárias. Carece mudar sua concepção sindical. Devem trabalhar junto com forças populares, assumir a organização de desempregados. Organizar a luta por moradia para suas bases e outras bandeiras, além da puramente salarial e de condições de trabalho.

Nas condições atuais, as forças populares, os trabalhadores e forças progressistas não devem esperar ou ajeitar nada com a burguesia e seu Estado. Os golpistas devem intensificar a repressão, as mentiras e ceder algumas migalhas de direitos quando acossados pelo povo, mas nada substancial.

Desse modo, os trabalhadores, por meio da ação das massas e da luta direta, articulados com as forças progressistas, devem procurar resolver seus problemas e do povo em geral.

A história nos ensina: A vida pune aqueles que se atrasam!

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