FECHAMENTO DA FORD: CONSEQUÊNCIA DA DERROTA POLÍTICA DOS TRABALHADORES

A Ford anunciou que vai fechar suas fábricas aqui no Brasil. Mercedes-Benz também fechou uma de suas unidades. Há rumores de encerramentos das atividades da Audi, da Sony e Yoki. Desaparecerão milhares de empregos, o aprendizado do trabalhador, os conhecimentos tecnológicos e qualquer possibilidade de desenvolvimento do Brasil.

O mal não anda sozinho. O governo anuncia demissão de cinco mil empregados do Banco do Brasil e o fechamento de 361 agências. Os trabalhadores brasileiros estão sendo conduzidos para o matadouro. Algumas lições podemos tirar desses fatos. Uma dessas lições é que ninguém escapa sozinho. As lutas corporativas (só defender o próprio umbigo não tem futuro).

Os empregados dessas empresas se consideram privilegiados. O que não é verdade. Porque as empresas os exploram até a medula. Mas, de qualquer modo, vivem melhores do que os seus irmãos de classe. E, por conta disso, não se unem na luta dos sem-teto, sem-terra e das mulheres. Ficam em seu mundinho que agora caiu.

Outra lição é de que os trabalhadores de uma nação só conseguem obter salário decente se for realizada a reforma agrária para que os alimentos cheguem a preço razoáveis às suas mesas. E também a reforma urbana, para baratear os custos de sua reprodução como aluguel e serviços. Contudo, para realizar essas reformas é necessário eleger um governo progressista e ter organizações autônomas que travem a luta direta.

Em Taubaté, mais de 80% da fábrica votaram no Bolsonaro. Deram um tiro de misericórdia no seu próprio emprego. Estranhei quando foi decretada a prisão do Lula e os trabalhadores das montadoras não paralisaram suas atividades em apoio ao ex-presidente. Essas opções de equívoco e interpretação da realidade são que oferecem esses desastres que estamos vivendo. Vêm coisas piores por aí. Porque para sustentar a melhoria de vida dos trabalhadores — em geral — é preciso ter um governo progressista. Não isso que está aí agora, fortalecido pelas eleições de 2020.

Porém não vamos chorar pelo leite derramado. Os patrões estão indo embora e as fábricas estão aí. Cabe aos trabalhadores assumirem o comando, organizar a produção e repartir o resultado.

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